Sentindo culpa
A vitória sobre o sentimento mais destruidor que existe é plenamente possível
Uma das coisas que afetam o ser humano em sua estrutura emocional é o sentimento de culpa. Ele surge quando uma conduta não se harmoniza com determinados valores e se caracteriza pelo remorso em relação ao passado, bem como por certo grau de ansiedade por indesejadas consequências no futuro.
A culpa compromete a paz interior e promove a infelicidade, causando sérios prejuízos às relações familiares, profissionais, sociais e outras. Ela é mais que mera rejeição de um ato pecaminoso em função do conhecimento de um código moral. Faz com que a pessoa se sinta profundamente triste e tenha vergonha de si mesma. Isso não a leva a rejeitar apenas um ato imoral, mas a rejeitar a si mesma.
Algumas pessoas se tornam agressivas enquanto outras se isolam no seu mundo. Umas têm a tendência de rebaixar os valores morais religiosos, outras se entregam ao fanatismo tornando as práticas religiosas um pesado fardo emocional. Dessa forma, o bem-estar é danificado e influencia negativamente a saúde física e mental.
Ellen G. White, autora do livro Mente, Caráter e Personalidade, afirma: “Enfermidades mentais prevalecem por toda parte. Nove décimos das doenças das quais os homens sofrem têm aí sua base. Talvez algum vivo problema doméstico esteja, como câncer roendo até à alma e enfraquecendo as forças vitais. Remorsos pelos pecados às vezes afetam a constituição e desequilibram a mente. Há também doutrinas errôneas, como a de um inferno sempre ardente e o tormento eterno dos ímpios que, dando exagerada e distorcida visão do caráter de Deus, têm produzido os mesmos resultados sobre as mentes sensíveis.”
Entretanto, para o coração marcado pela culpa surge, como forte aliada, a esperança. Jesus Cristo, o fundador do cristianismo, estende a todos um convite repleto de amor e graça. “Vinde a Mim, todos os que estais cansados e sobrecaregados, e Eu vos aliviarei” (Mt 11:28-30). “Quem vier a Mim Eu jamais rejeitarei”(Jo 6:37,NVI).
A restauração da alegria, bem-estar e felicidade do ser humano é plenamente possível. Já dizia o salmista: “Como é feliz aquele que tem suas transgressões perdoadas e seus pecados apagados! Como é feliz aquele a quem o Senhor não atribui culpa e em quem não há hipocrisia!” (Sl 32:1, 2).
Graciliano Martins é psicólogo
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