Sedentarismo: 47% dos brasileiros sofrem com a falta de exercício físico
De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), o sedentarismo continua crescendo na América Latina, sendo a região do mundo com maior índice de pessoas que não fazem exercícios físicos (39%) e o Brasil lidera essa lista: 47% da população brasileira é sedentária.
A taxa de sedentarismo continua crescendo, desde 2002 a taxa cresceu 15% no país. Ainda de acordo com a pesquisa, cerca de 1,4 bilhão de adultos no mundo correm risco de desenvolver doenças por causa da falta de atividade física.
O que é sedentarismo?
Primeiro, você pode estar se perguntando a que estamos nos referindo quando mencionamos um estilo de vida sedentário.
Um estilo de vida sedentário é definido como um tipo de estilo de vida em que um indivíduo não recebe quantidades regulares de atividade física.
No estudo divulgado pela revista científica Lancet, a OMS classifica como atividade física insuficiente quem pratica menos de 150 minutos de exercício de intensidade moderada ou menos de 75 minutos de alta intensidade durante a semana.
A maioria dos profissionais de saúde também concorda que caminhar 10.000 passos por dia (aproximadamente 6-8kms) é o objetivo ideal para melhorar a saúde e reduzir os riscos à saúde causados pelo sedentarismo.
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), 60 a 85% da população mundial não se dedica a atividades suficientes, o que torna o sedentarismo o quarto principal fator de risco para mortalidade global.
Então, por que é que somos mais sedentários agora do que há apenas 50 anos?
O principal fator que contribui para o aumento do sedentarismo no trabalho é a tecnologia, pois trouxe modos de trânsito mais inativos, causou um aumento nos empregos sedentários e desenvolveu mais atividades sociais que podem ser feitas sentado (ou seja, assistir TV, navegar na web, jogar videogames).
No geral, os empregos sedentários aumentaram 83% desde 1950 e os empregos fisicamente ativos agora representam apenas cerca de 25% de nossa força de trabalho, o que é 50% menor que em 1950.
Efeitos do sedentarismo
O humor piora
Sentindo pra baixo? Culpe a sua cadeira: Depois de pesquisar mais de 3.300 funcionários do governo, pesquisadores australianos descobriram que homens que permaneciam sentados mais de 6 horas por dia no trabalho tinham 90% mais chances de sentir distúrbios psicológicos moderados – como se sentir nervosos, inquietos, desesperados ou até cansados – do que os homens que se sentaram por menos de 3 horas por dia.
O risco de câncer aumenta
Uma meta-análise alemã de 43 estudos diferentes, incluindo mais de 4 milhões de pessoas, descobriu que o comportamento sedentário aumenta significativamente o risco de vários tipos de câncer.
As pessoas que registraram o maior tempo sentado experimentaram um risco 24% maior de desenvolver câncer de cólon, 32% maior de câncer de endométrio e 21% maior de câncer de pulmão.
Você começa a esquecer coisas
Sua saúde cerebral sofre quando você fica sentado por muito tempo: adultos mais velhos que são sedentários podem ter a mesma probabilidade de desenvolver demência do que pessoas geneticamente predispostas à condição, conforme uma nova pesquisa publicada no periódico sobre doença de Alzheimer.
Seu nível de açúcar sobe
Mesmo se você estiver com um peso saudável, seu nível de açúcar no sangue pode aumentar se você ficar parado em uma cadeira por muito tempo, de acordo com um estudo recente da Universidade da Flórida.
Na verdade, os adultos sedentários tinham maior probabilidade de ter níveis de açúcar no sangue alterados o suficiente para ser considerado pré-diabetes pela Associação Americana de Diabetes.
Suas costas podem doer
Os efeitos de curvar-se na frente do computador podem durar além do seu horário de trabalho: sentar-se por apenas 4 horas seguidas pode aumentar a pressão sobre os discos da parte inferior das costas, segundo um estudo da Penn State. Essa compressão pode levar à degeneração do disco, o maior culpado pela dor nas costas.
Soluções para um estilo de vida sedentário
Um estilo de vida mais ativo pode reduzir significativamente as chances de condições crônicas de saúde, distúrbios mentais e morte prematura.
Além das informações já conhecidas por todos, como uma alimentação saudável, praticar algum esporte, dormir bem e tomar cuidado com a ansiedade, algumas dicas podem te ajudar a sair do sedentarismo e evitar várias doenças:
Aumento da atividade física
Pesquisas mostraram que a atividade física, incluindo exercícios e esportes, pode reduzir o risco de doenças cardiovasculares, diabetes tipo 2 e obesidade.
Evidências também mostram consistentemente que o exercício pode melhorar a saúde mental. Um estudo de 2018 com cerca de um milhão pessoas descobriu que aqueles que se exercitaram relataram menos problemas de saúde mental do que aqueles que não o fizeram.
É melhor combinar uma variedade de exercícios cardiovasculares, como corrida ou ciclismo, com exercícios de treinamento de força, como musculação. Fazer pelo menos três corridas de 30 minutos e duas sessões de 30 minutos de musculação por semana seria suficiente para atender às diretrizes mínimas de atividade física.
Reduzir o tempo gasto sendo sedentário
As pessoas podem reduzir a quantidade de tempo que passam sendo sedentárias por:
- Ir em pé ao invés de sentar no transporte público;
- Caminhar para o trabalho;
- Caminhar durante o horário de almoço;
- Baixar aplicativos de lembrete para se levantar a cada 30 minutos se trabalha em uma mesa;
- Dar um passeio ou levantar-se durante as pausas para café ou chá;
- Receber telefonemas do lado de fora e andando ao mesmo tempo;
- Passar algum tempo livre sendo ativo em vez de assistir televisão ou jogar videogames;
- Levantar-se e andar por aí durante os comerciais de televisão.
Pegue as escadas
Uma das melhores iniciativas para mudar o estilo de vida.
Estudos descobriram que subir de escadas, que é considerada atividade física de intensidade vigorosa, queima mais calorias por minuto do que a corrida.
E isso é tão fácil de fazer. As escadas estão sempre à sua frente e, portanto, pode ser muito mais fácil e mais rápido subir as escadas do que chegar à academia ou ao campo de esportes.
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